Vale a pena ler de novo! História publicada pela primeira vez em 18 de março de 2017!
– Bala de coco gelada, deliciosa!
Nas ruas do Centro de Ribeirão Preto, Daniel monta a banca, senta num banquinho e, há 10 anos, passa a tarde a vender suas delícias.
Um minuto de prosa e já se percebe: há muita história a ser contada pela voz firme que anuncia as balas tentando levar o freguês.
Daniel Pereira da Silva, o homem da bala de coco, foi por 22 anos o presidiário. Revela sem pesar. O passado serviu para formar o hoje que tanto lhe traz orgulho.
– Hoje eu sou feliz. O meu encontro com Jesus mudou meu coração.
Daniel acredita que sua fé conseguiu mudar a vida que parecia predestinada a acabar no crime.
Saiu de casa aos 12 anos pela “educação rígida e escassez muito grande”, em suas palavras. Do interior de Minas Gerais foi parar no Rio de Janeiro, sozinho e sem dinheiro.
– Fui me aventurar. E essa aventura me levou a conhecer a vida marginalizada, o crime. Me trouxe danos e tristeza para a minha família.
Lembra a data exata da primeira prisão: 4 de dezembro de 1973, por estelionato. Ficou dois anos preso e no mesmo ano em que saiu voltou para a cela por furto.
A vida foi indo entre a liberdade criminosa e a prisão até 1999, em uma penitenciária de São Paulo.
– Eu me encontrava só, sem uma visita, família distante, com o vício da droga. Eu precisava de uma mudança de vida e só poderia obter mediante um encontro com Jesus. E eu me encontrei com ele.
A partir desse “encontro”, Daniel mudou de vida.
Há que se dizer também que ele teve outro apoio além do divino. Rosangela visitava o irmão na cadeia e se apaixonou pelo preso da cela ao lado.
– No começo eu não queria, não. Mas acreditei nele.
Compartilharam o mesmo tipo de fé. E seguiram juntos.
Quando Daniel deixou a cadeia, em 2001, foi para – enfim – não mais voltar.
Foi acolhido na casa da amada e do lado dela não mais saiu.
Os dois vieram juntos para Ribeirão em 2006. O irmão dele trabalhava com bala de coco e ofereceu a possibilidade, que Daniel não pensou para agarrar.
Rosangela vendia as delícias andando pelas ruas com um carrinho, mas o cansaço foi pegando e agora os dois se sentam na banca, em pontos estratégicos da área central.
Quando o movimento é bom, vendem 15 caixinhas de bala a R$ 20. Quando é ruim, um pouco menos. Mas ela garante:
– Nunca saímos sem nada.
Na igreja que frequentam, Daniel é pastor. Chegou a gravar seu testemunho em um CD, para que as pessoas saibam que a vida sempre tem mais de um caminho.
– A Bíblia diz: conheceis a verdade e a verdade o libertará. Eu fui liberto. E a libertação é muito gostosa!
Segue com a sua fé.
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A sua história é uma lição de vida e superação que Deus ilumine sempre sua vida
Oiii daniela estou apaixonada pelo seu livro cada historia uma mas linda que outra
Olá, Vanusa! Que bom saber! Fico muito feliz com seu retorno!!