Nilson escapou da morte três vezes e encontrou sua missão na vida

14 agosto 2018 | Gente que inspira

Vale a pena ler de novo! História publicada pela primeira vez em 9 de maio de 2017!

 

Cena 1

1990. Nilson acabara de sair de uma reunião de trabalho e os amigos resolveram jantar juntos. Partiram em dois carros. Nilson, que na época fumava, pediu para pararem em um posto para comprar cigarros. Os dois carros pararam juntos. O carro em que Nilson estava decidiu seguir caminho e ele, então, entrou no outro veículo. Minutos depois soube do acontecido. O carro onde ele deveria estar se envolveu em um acidente grave. Seus amigos quase morreram. Nilson estava intacto.

 

Cena 2

1996. Nilson tinha um rancho em Cruz das Posses onde ia pescar. Na casa, não havia energia elétrica e a geladeira era a gás. Às três horas de uma madrugada, o caseiro lhe chama desesperado pedindo que levasse sua mulher, que estava passando mal, ao pronto socorro. Nilson se levanta e percebe que não está bem. Mal estar e uma sensação de estar flutuando. Ainda assim, dirige três quilômetros até o posto. No local, conversou com o médico sobre o que estava sentindo. O profissional concluiu que Nilson estava morrendo. A geladeira estava vazando gás. Não fosse o mal estar da mulher do caseiro, Nilson não estaria intacto.

 

Cena 3

2000. Nilson estava consertando uma máquina de lavar quando sente dores do estômago. Tinha três entregas para fazer, em bairros distintos. Decide começar pelo Ribeirânia. No local da entrega, as dores estão insuportáveis. Como escolheu o bairro Ribeirânia, está a 100 metros do hospital onde tem convênio. Já no estacionamento descendo do carro, encontra um cardiologista. Imediatamente o médico percebe que se tratava de algo grave. Nilson estava enfartando. Não fosse o hospital próximo, o cardiologista no estacionamento, poderia estar morto.

 

Pelas três cenas acima – e outros encontros inexplicáveis do Universo – Nilson Oliveira chegou à conclusão que norteia sua vida:

– Todos nós temos uma missão.

Ele começa assim sua história: pela certeza e pelas três vezes em que escapou da morte.

Conta cada cena com suspense e detalhes. Se emociona ao final de cada uma. Arregala os olhos, parece que vai chorar, mas abre um sorriso antes de deixar cair a primeira lágrima.

– Eu ia morrer. Mais de uma vez.

Foi por essa certeza que há 17 anos, já aos 60, decidiu dar vez ao coração.

– Eu não sou nenhum idiota para não raciocinar. Se o pessoal lá de cima me guardou aqui tantas vezes, é porque eu tenho uma missão a cumprir. Entendi que a missão é cuidar das pessoas.

E começou esse caminho através do trabalho voluntário – hoje é integrante da ONG Síndrome do Amor – e do Reiki (técnica de terapia através da energia).

Nilson conta que em 2000 estava voltando para casa do trabalho – já depois de enfartar e sobreviver – e viu uma placa sobre um curso de Reiki.

Ficou interessado, buscou conhecer e se encantou.

Hoje, é mestre. E só aplica a técnica de maneira voluntária, a quem realmente precisa.

– Uma dorzinha de cabeça não é prognóstico forte. Eu aplico em pessoas que passam por um desequilíbrio grande.

No Reiki pôde desenvolver a percepção sensorial que sentia carregar a vida toda.

– Isso sempre esteve comigo. Por isso, havia essa cobrança no Universo. Descobrir qual é a missão da gente é divino!

Nilson escreveu história de muito trabalho, que começou cedo. Chegou a fazer três anos de Direito, mas precisou deixar o curso para pagar as contas apertadas.

Trabalhou em laboratório farmacêutico, oficina mecânica, venda de aquecedores solares. Na década de 90, com a poupança congelada por Collor, as vendas faliram e foi preciso, mais uma vez, encontrar novo caminho.

Mais uma vez também, Nilson dá crédito ao Universo.

Conta que sua máquina de lavar quebrou e soube de um único senhor que consertava. O homem, porém, já estava com muita idade e avisou que não poderia fazer o serviço.

Nilson sugeriu: “O senhor vai explicando e eu vou fazendo”.

Se tornou, assim, técnico em eletrodomésticos. Profissão que exerce ainda hoje, na garagem de casa, no Jardim Paulista.

Assim como o senhor que lhe ensinou, já não conserta mais máquinas, pelos 76 anos que chegaram. Do mais, não há recusa: ferro, secador, ventilador, qualquer coisa com problema.

– O pessoal me apelidou de Magaiver, porque dou jeito em tudo.

Até mesmo entre um conserto e outro, porém, encontra um jeito de fazer o bem.

– Quantas vezes a pessoa traz um ferro para consertar e 10 minutos depois está desabafando…

Nilson tem uma preocupação enorme em passar à frente o que sabe, compartilhar boa energia e bons pensamentos.

E assim faz.

Enquanto relembra parte da vida, vai espalhando ensinamentos.

Conta a fábula do anjo da morte que levou a vaquinha do fazendeiro para poupar-lhe a vida do filho – e explica que na vida nada é como parece ser.

Fala na mania que a gente tem de pôr a culpa no outro sobre o que é nosso.

Mostra o livro que escreveu com crônicas da vida, recheadas de sensibilidade.

– Ouse sempre e cresça na sabedoria. Não importa o resultado: você está crescendo!

Aos 76 anos, é mensagem de ânimo.

Quando mostra fotos dos filhos, dos netos e da esposa na mesinha da sala volta a se emocionar.

Nilson acredita que o ser humano está em constate evolução. Que a era atual vem cheia de desafios. E que cabe a cada um de nós passar o que tem de melhor, para tornar o caminho mais produtivo.

– A natureza nos ensina o tempo todo. Com as frutas verdes aprendemos que existe tempo para tudo. E também aprendemos que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória.

Há dois meses, colocou marca-passo no coração, que batia descompassado e causava panes. Mostra os exames, inconformado:

– Era como se eu morresse e voltasse várias vezes ao dia!

Mais uma vez, de todo susto concluiu que deveria continuar firme na sua missão.

Na mesma mesinha onde estão as fotos da família, está um livro pequenino, de título “O livro da felicidade”.

Nilson, porém, garante que já a encontrou.

– Como é que posso não ser feliz? Com a família que eu tenho, tudo que eu tenho!

Aos 76 anos, não lamenta, não reclama, não critica.

Tem uma energia boa e leve. Faz a gente se sentir em casa. E prontos para, como ele, encontrar a missão que nos espera.

Qual é a sua?

 

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