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Vale a pena ler de novo! História publicada pela primeira vez em 4 de setembro de 2017!
A música, para Mariana, vem de berço, desde o berço e para o berço.
A maternidade dança de mãos dadas com as notas musicais.
A mãe dela, que é cantora, lhe inspirou a cantar desde muito pequena. Quando se tornou mãe, Mariana se encontrou em um estilo musical. Cantando para a filha, aprendeu a fazer música para gente miúda.
A música de Mariana é genuína. Como tudo que vem da criança, desde criança e para a criança.
– A música é minha realização. Eu acho que eu canto desde a barriga da minha mãe. Com a música infantil, eu me sinto correspondida. Me encontrei.
Mariana diz que já cantava na barriga da mãe não por acaso.
Quando puxa na memória quando a música começou, ela se encontra pequenina e cantante.
A mãe, Bia Mestriner, fez carreira em Ribeirão Preto e fora e continua levando a MPB para os palcos.
A primeira cantoria pública da filha foi em um show da mãe.
– Era pequenina e acompanhava minha mãe nos bares. Ela levava colchões e eu dormia.
Com 10 anos, Mariana entrou para o coral e foi se embrenhando na arte: teatro, circo até descobrir, adolescente, que queria cantar MPB.
Em uma das passagens de Chico César por Ribeirão, ganhou o encantamento do cantor e foi até São Paulo gravar uma demo, que acabou guardada na gaveta.
– Eu não tive maturidade. Tinha entre 14, 15 anos. Mas fiz muitas amizades e passei por toda a fase de gravações no estúdio. Foi uma experiência!
Continuou fazendo participações nos shows do cantor em Ribeirão, a mais recente dois anos atrás. E conquistou fôlego para prosseguir cantando.
A música vinha, porém, acompanhada de outros trabalhos.
Mariana fez faculdade de Publicidade, trabalhou como consultora de vendas em uma empresa enquanto cantava na noite ribeirão-pretana.
Conheceu o marido entre uma nota e outra, aos 20 anos. Ele é músico e o par, então, estava perfeito.
Os dois tiveram bandas e chegaram a ir para São Paulo tentar o sonho de viver de música. A saudade da família, porém, cantou mais alto.
Foi em 2011 que Mariana encontrou, então, a melodia preferida.
– Eu queria muito ter um filho!
A Giulia chegou e a mãe cantava noite e dia para embalar a sua pequena.
Os shows ficaram mais espaçados e a vontade de sair para os palcos noturnos diminuía.
– Eu cantava muito para ela! Passei a ser mãe em tempo integral.
A ideia surgiu quando a mãe percebeu o quanto de bem a música levava.
– Eu gravei um vídeo cantando para ela e vi a reação que ela tinha. Pensei: se o adulto tem música ao vivo nas suas festas, por que a criança não pode ter?
O marido também entrou na dança. Ops. No canto, para não faltar exatidão.
E estava criado o Canto Kids.
– Nós cantamos cantigas de roda tradicional, fazemos o resgate da música infantil de qualidade.
Tem Galinha Pintadinha, Palavra Cantada e músicas autorais que, juntos, o casal começa a compor.
Giulia já tem seis anos e acompanha os pais em um show e outro.
A mãe conta, toda orgulhosa, que a música continua a seguir o fluxo do berço.
– A Giulia é muito musical! Está nela.
Mariana, recentemente, abriu um espaço onde oferece musicalização para crianças.
E se encanta mais e mais pelo mundo infantil que, desde que se descobriu mãe, não quer mais deixar.
– Se a criança gosta da música, é nítido. É de verdade. Ela canta com a gente, dança, já responde na hora.
A música, Mariana analisa, é uma forma de conectar crianças e pais, desconectar a internet, o tablete, o computador.
– A música tira da bolha!
Olhando para dentro, é a sua forma de ser feliz.
– É um trabalho que faço com amor. Vem do coração. Não basta ser cantora. O contato com as crianças tem que vir de dentro de você. As mães enxergam nos seus olhos o amor.
Aos 33 anos, Mariana faz planos: quer ver sair o CD do Canto Kids, se apresentar mais e mais, ter outro filho.
A música, que anda de mãos dados com a maternidade, faz tempo que encontrou em Mariana morada fixa.
Não tem hora de partir. Só de chegar!
Crédito das fotos do Canto Kids: Divulgação
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