Coronavírus: Família arrecada alimentos e produtos de limpeza para comunidades

31 março 2020 | Gente que faz o bem, Histórias do Proac 2019/2020

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Nem a pequena Helena, de três anos, ficou de fora. Ajudou como pôde na ação solidária dos pais. Foi um mutirão doméstico em meio ao isolamento! Arrecadaram dinheiro pela internet, compraram os produtos de higiene, limpeza e os alimentos, montaram 60 kits iguais e foram distribuir – com muita estratégia e proteção, para não aumentar os riscos de contágio.

Paulo Júnior, 32 anos, tem motivos para uma quarentena de lamentações. Personal trainer, precisou cancelar 100% do trabalho, sem saber se irá receber ou não.

O medo durou pouco tempo. Deu lugar à ação.

– Minha profissão foi devastada do dia para a noite. Mas agora é a hora que as pessoas mais precisam de nós. O que eu estou passando, o Brasil inteiro está passando. Conversei com a minha esposa: o que a gente faria se a conta bancária estive cheia? Ajudaríamos as pessoas! Então, vamos fazer isso com a conta vazia mesmo!

Começaram a campanha pelo Instagram. Ele e a esposa, Clicinha, atuam também como digital influencers nas redes sociais. Usaram os milhares de seguidores para o bem!

Em quatro dias, já haviam arrecadado R$ 3 mil, suficientes para montar 60 kits com arroz, feijão, bolacha, miojo, água sanitária, detergentes e sabonetes.

Escolherem duas favelas do Jardim Aeroporto para a entrega. Foram em poucos, com máscaras e luvas, e mantiveram a camionete com as doações em movimento para evitar aglomeração. O objetivo é ajudar, não propagar vírus.

Voltaram certos de que a quantidade arrecada foi pouca perto da necessidade.

– Vinham muitas famílias. As pessoas estão precisando muito!

Então, decidiram continuar. A campanha de arrecadação prossegue e eles pretendem realizar uma nova entrega na próxima semana.

– Nós temos que pensar como podemos tornar melhor a vida das pessoas que estão mais desesperadas do que nós. O que a gente pode fazer agora é não deixar o problema ficar maior do que está.

Coronavírus: Família arrecada comida e produtos de limpeza para comunidades

A solidariedade não é novidade para Paulo e Clicinha. Os dois organizam campanhas ao longo do ano, participam de doações, levam brinquedos do Natal.

– Quando a gente planta o bem, as coisas acontecem!

Ele é formado em Educação Física, Gestão de Pessoas e Marketing. Atuou um pouco em cada área até se encontrar como personal, trazendo o marketing para a prática. No Instagram (@coachpaulojunior), soma quase 100 mil seguidores. Compartilha seu dia a dia e também dicas de saúde, bem-estar.

A esposa, Clicinha, 31 anos, também tem uma página (@clicinhavictori). O foco dela é família. Fala sobre a rotina de alegrias e perrengues de um casal jovem, com duas filhas.

– O nosso objetivo sempre foi inspirar outras pessoas com saúde, qualidade de vida. E também mostrar para elas que casamento é bacana. Que um casal pode se divertir!

A campanha de doação foi feita toda pela internet. Acionaram amigos, parceiros, seguidores. Postaram vídeos do início ao fim da ação. Em tempos de isolamento, usam as redes para aproximar.

– Se eu for olhar a situação, era para ficar em casa chorando. Mas não. Vou ajudar do mesmo jeito.

Quem semeia o bem, colhe o bem. Alguns de seus alunos manifestaram solidariedade e vão continuar o pagamento. A instabilidade ainda existe, mas a corrente do bem vai se formando.

– A nossa dificuldade não é nada comparada com o que essas pessoas (moradores das comunidades) vivem, passam. A situação deles é aquela sempre. Não está crítico agora. É assim. E só vai piorar.

Vai prosseguindo, então. Preparando a próxima entrega.

Quarentena com solidariedade é mais leve, ele bem sabe.

– Não temos motivo para chorar e fazer a situação ficar pior do que está. Temos que ajudar!

 

 

Foto: divulgação/arquivo pessoal

 

*Quer traduzir essa história em libras? Acesse o site VLibras, que faz esse serviço gratuitamente: https://vlibras.gov.br/

 

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