Dirce e Oswaldo comprovam: não há idade para o amor

12 junho 2020 | Histórias do Proac 2019/2020

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Vale a pena ler de novo! História publicada pela primeira vez em 12 de junho de 2017!

 

Dirce e Oswaldo estão de casamento marcado.

Na semana que vem, oficializam com festa o amor que começou nove anos atrás, no forró do Jordão que embalava a pequena Cravinhos nas noites de domingo.

É a primeira vez que casam assim: com festa e tudo.

Dirce da Silva e Oswaldo de Menezes já passaram dos 60 anos. Ela tem 68, ele tem 64.

Toda semana, ele leva rosas que ela coloca em vasos na entrada da casa.

Sempre que podem, os dois saem para dançar o forró que musicou a paquera. Se não tem forró, avisam: rock´n roll, samba, vale de tudo. O importante é manter a alma em movimento.

Dirce é romântica, Oswaldo repete que a ama enquanto os dois posam para as fotos.

Eles já passaram dos 60 anos.

E, então, escancaram ao mundo que o amor não fiscaliza a identidade para entrar. Só pede que o coração esteja aberto. E passa pela porta esbarrando em tudo, para mostrar que chegou.

Dirce, no primeiro momento, fingiu não escutar essa barulhenta entrada.

– A gente se encantou. Mas não foi assim: pá, buf. Eu dei um pouquinho de trabalho para ele.

O amor, então, mostrou que, se há encanto, está sempre pronto para a conquista.

– Eu nunca me apaixonei por ninguém, não. Mas na primeira vez que eu vi a Dirce, eu pensei: vai dar certo! Vou tentar! E fui persistente.

Dois pra lá, um pra cá.

O forró de domingo ficou mais interessante depois dessa primeira dança. Quando perceberam, a música era só plano de fundo para a conversa. E tinham tanto a conversar!

O amor encontrou dois corações abertos. E fez morada

– Graças a Deus eu encontrei a rosa do meu jardim!

É Oswaldo quem diz, com o sorrisão aberto da amada como resposta.

Dirce e Oswaldo: amor e casamento depois dos 60 anos

Dirce escreveu história de muito trabalho. Criou os quatro filhos sozinha, depois que o pai das crianças partiu. Trabalhou como cortadora de cana, faxineira, cozinheira. Lista extensa.

Oswaldo conta história parecida. Morando na Bahia até os 20 anos, ainda criança trocou a escola pelo trabalho.

Teve quatro filhos, mas diz que a união com a mãe das crianças não deu certo, já que a paixão só chegou naquele forró do Jordão, depois de tantas voltas da vida.

Dirce e Oswaldo uniram histórias com tanto em comum. E, já calejados de vida sofrida, combinaram na busca por dias de paz.

– O que eu mais gosto nele? A gente tem os mesmo gostos! Sair, passear, dançar. O que as pessoas falavam dele, que é trabalhador, honesto, organizado, eu percebi que é tudo verdade!

Juntaram as melhores partes de cada história. Na festança de casamento, não vão faltar netos e bisnetos arrancando suspiros dos presentes como daminhas e pajens.

Dirce e Oswaldo: amor e casamento depois dos 60 anos

A ideia era que o número de convidados não passasse de 150. Duas semanas atrás, a lista já estava em 200 pessoas.

Dirce explica seus motivos: é muita gente querida, torcendo pelo amor dos dois. Sabe como é…

– Eu vou ficar muito emocionada… Os convidados são pessoas que eu gosto! Só não quero chorar para não me borrar! É um orgulho para a gente.

A noiva já estava com a roupa prontinha e todos os detalhes acertados quinze dias antes da festa. Detalhes que – claro! – só vão se revelar no grande dia!

Adiantou apenas que na festa não vai faltar música! O forró está na play list, mas Dirce e Oswaldo já aprumaram as canelas para dançar um pouco de tudo!

A valsa foi a noiva que escolheu. Tema de Lara, clássico do filme Dr. Jivago.

– Essa não podia faltar!

Dirce e Oswaldo celebram com festa a chegada do amor!

–  Se você tem um sonho, não deve deixar de correr atrás. Uma hora ele vem. Eu sempre quis uma companheira. Depois de velho, eu tô feliz.

Os planos para depois do casamento são serenos como a vida de quem já tanto viveu deve ser.

– Olha, a gente quer viver! Saúde já tá muito bom!

É ela quem diz.

– E paz! A gente reza para o mundo e pede muita paz.

É ele quem complementa.

Como nos passos de forró, o casal está em sintonia.

Dois pra lá, um pra cá. É sempre tempo para uma dança – e um amor!

 

 

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