“Panapaná”, palavra que vem do tupi, é o coletivo de borboletas no dicionário. No mundo digital, outro significado surgiu: mulheres em interação.
– Tem que ter selfie!
Fabiola Medeiros abre um sorrisão à primeira integrante que aparece. Em uma hora e meia no café para esta entrevista, foram três.
Abraçam a criadora do grupo no Facebook que ontem às 22h45 tinha 157.988 mil integrantes – e hoje, certamente, já somou um número ao saldo. Tiram fotos, conversam e uma chega a mostrar, toda orgulhosa, a borboleta bordada com paetês na camiseta branca.
– Adorei isso, hein?
Fotógrafa de profissão, Fabiola hoje se define como uma comunicadora.
– Eu sou uma influência para as pessoas!
A criadora do Clube da Borboleta diz que foi “atropelada” pelo crescimento monstruoso de um grupo que nasceu há quatro anos, com 70 integrantes e sem maiores pretensões.
Já se recuperou do susto, porém. E dá passos largos em direção à expansão desse espaço virtual promissor.
– É um grupo de integração. Um refúgio. Um espaço de alto astral.
O Clube da Borboleta, ela conta, é considerado “pelo pessoal” a “Rede Globo do mundo virtual”. E se alegra.
Fabiola é fotógrafa. Criou um grupo no Facebook para facilitar a comunicação entre as clientes e aumentar a clientela. Eram não mais que 70 integrantes, a maioria gestantes em busca de uma sessão de fotos.
Entre uma postagem e outra, o espaço foi se tornando roda de conversa digital. E ganhando mais e mais adeptas. Quando Fabiola decidiu nomear como Clube da Borboleta, tudo tomou ainda mais forma.
As integrantes passaram a chamar umas às outras de “borboletas”. E uma identidade estava criada.
O clube ganha, em média, três mil novas participantes por mês. Para participar é preciso ser mulher, ter mais de 18 anos e receber o convite de uma amiga que já participe.
A primeira postagem traz o “bem-vinda” e um manual de convivência que explica tim-tim por tim-tim a dinâmica do clube, o que é permitido e proibido, e as melhores formas de interagir e publicar.
Um grupo de 60 coordenadoras, que são dividas nas categorias “masters”, “moderadoras” e “administradoras”, de acordo com o grau de participação no espaço, é responsável pela organização.
Elas fazem a triagem das publicações, postam conteúdo, mediam conversas, buscam sempre dar uma resposta para quem faz alguma publicação e apagam incêndio, quando a discussão vem. Coisa que não é rara.
– A meta é manter o alto astral!
Fabiola frisa.
Para isso, alguns assuntos não são bem-vindos. Política e temas polêmicos como aborto, parto normal x cesárea são vetados pelas coordenadoras. Pedidos de curtidas em fotos, doação, dados pessoais, indicação de remédios e tratamentos também não passam.
A coordenação precisa aprovar as postagens antes da publicação.
Os posts, em sua maioria, são de comentários sobre o dia-a-dia, desabafos do cotidiano, brincadeiras que levam à interação entre as participantes, fotos de encontros entre as “borboletas”.
Os pedidos de indicação de profissionais vão de encanador a ginecologista e sempre há resposta.
– Eu prefiro assim. O mundo também vive de futilidade. Existem outros espaços para se aprofundar sobre os assuntos. O clube é de amenidades.
Entre as fotos de perfil das integrantes do Clube da Borboleta, há de todo tipo: jovem, mãe de família, idosa, branca, negra, magra, gorda, de cabelo cumprido, cabelo curto, solteira, casada.
Fabiola diz que 80% das integrantes do grupo são de Ribeirão Preto, cidade onde ela vive, e os outros 20% estão espalhados até mesmo fora do país. A estimativa é de que 5% tenham mais de 60 anos.
Nas publicações, a diversidade fica clara. E nos eventos mensais que o grupo organiza as diferenças ficam escancaradas e, então, deixam de ter qualquer importância.
Os encontros vão de café da manhã e piquenique, a jantar e bolão da dieta. O objetivo é que as integrantes possam se conhecer e interagir. Tudo é gratuito. Bancado pelos patrocinadores e anunciantes do grupo.
– Quando nós organizamos um evento procuramos pensar nos detalhes: Passa ônibus? Dá para ir de Uber?
No Clube da Borboleta, todo mundo tem seu espaço.
Um vídeo que a criadora posta chega a ter mais de 4 mil visualizações. E a publicação de uma participante sobre opções para o Carnaval, por exemplo, ultrapassa mil curtidas.
Há uma política de brindes e recompensas: quando a integrante compra ou usa um serviço de empresas parceiras do clube, recebe um adesivo ou chaveiro. Apresentando o brinde em outros lugares parceiros, a borboleta ganha descontos.
Uma das brincadeiras é que a borboleta encontre o adesivo do clube colado no carro de outra borboleta e poste uma foto.
Entre as diversas marcas de carro que ganham o colante e viram foto no grupo, uma gari colocou o seu no carrinho que usa para recolher lixos pelas ruas da cidade. E o grupo aprovou em milhares de curtidas.
– São pessoas reais. As mulheres se veem num grupo onde os destaques são muito próximos delas.
O próximo passo de Fabiola é transformar o clube em empresa de entretenimento e publicidade. É o caminho de oficializar o que já é um negócio.
O número de anunciantes e patrocinadores para o clube só aumenta.
Fabiola explica que as coordenadoras ganham porcentagem sobre os anúncios que vendem. Mas a ideia é criar postos de trabalho.
– Quero gerar oportunidade e descobrir talentos. A gente descobre muita coisa no grupo. Temos fornecedores de todo tipo de serviço.
A criadora diz que, além do tempo, investiu R$ 42 mil na sua criatura e até hoje não pegou para si o retorno financeiro que o grupo dá. A ideia de registrar como empresa é também para distribuir salário.
Ela admite que “mais de uma vez”, em suas palavras, acordou com vontade de deletar o grupo e pôr fim a história das borboletas. Diz que a exposição da vida pessoal e a trabalheira cansam.
– Tem mais pontos positivos que negativos. O clube me trouxe muitas realizações.
Logo, retoma as asas. E volta a voar em coletivo.
Grupo das igualdades e oportunidades!
Bom dia, suas lindas, fico morrendo de vontade de estar junto com vocês, mas não posso,tenho uma Casa de Bolo e abro de segunda a sábado das 8:30 as 19:00 horas, quando vocês puderem vem me visitar a Casa do Bolo da Vovó agradece. Rua: Martim Afonso de Souza n: 371. Sumarezinho.
Bravo Bravo Bravíssimo ..
Sou uma dessas borboletas do início do grupo e nem conheço Ribeirão, mas conheço Fabíola da adolescência, o grupo é muito divertido… Fabíola uma empreendedora!
Tenho o prazer de conviver com ela , pensa numa mulher amiga , q tem um enorme coração , um ser humano humilde , q pensa sempre no bem do próximo , sim é a Fabíola , amo , admiro , tieto ela to tempo todo rsrs , quem a conhece pessoalmente , sabe o qnto ela é especial …
Amo fazer parte desse grupo e super apoio a profissionalização. Para ser dinâmico como é depende de muitas pessoas envolvidas trabalhando e tudo o que for para melhorar e manter o grupo está mais do que apoiado!!
Me orgulho em ser Borboleta e ter a Fabíola como borbomãe… Um grupo que distrai e se ajuda…???
Sou dessas borboletas do início ?
Amo fazer parte desse grupo maravilhoso
Onde fiz muitas amizades.
#clubedaborboleta
Parabéns pelo texto e pela entrevista. .. arrasou! Orgulho de ser borboleta
Sou borboleta !! Amo o Grupo!!! Parabéns pelo texto!!
Sou Membro do Grupo a mais de 3 anos , uma amiga me colocou , achei interessante , tinha poucos membros na época , mas a interação foi tão grande , que me identifiquei com todas Borboletas , em cada uma via um pouquinho de mim , das minhas angustias , anseios , conquistas e meus meus medos também , ali pude me desnudar sentimentos , pedir ajuda , recebi palavras de conforto , meu ciclo de amizade cresceu assustadoramente no meu perfil pessoal , fiz negócios , comprei ,vendi , doei , e somos muitos unidas , hoje estou na Moderação na qual procuro sempre fazer o melhor para o bem do Clube, e nossos eventos são cada vez mais top.Amo ser Borboleta , pois a cada dia é uma transformação na minha vida. <3
Gostaria muito de participar mais deste grupo