Por Heitor, Cris tomou 234 injeções e registrou ‘picadinhas do amor’ em book

28 dezembro 2017 | Gente que inspira

História publicada no dia 1° de agosto foi a segunda mais lida do site História do Dia em 2017! 

No colo da mãe, Heitor dorme tranquilo. Não quer carrinho, não quer distância.

Foi esperado antes mesmo de ser um positivo no exame de gravidez. É o bebê “arco íris”, que veio colorir o luto, acalentar o coração da mamãe Cristina Pereira Lima de Godoy.

Pelo filho, ela ignorou o medo, as críticas e a dor.

Todos os dias, desde o primeiro mês de gestação, recebe a picada de uma injeção.

Foram 234 doses durante a gestação e vão ser mais 40, até que o bebê complete 40 dias.

– A gente chama de “picadinhas do amor”, porque era a nossa esperança de que tudo ficasse bem.

Antes da gravidez do Heitor, Cristina e o marido esperaram João Pedro.

Foram nove meses de gestação saudável.

No dia 3 de janeiro de 2016, entrou em trabalho de parto, foi para o hospital e, quando pensava deixar a maternidade com o maior presente nos braços, partiu acompanhada da dor maior.

Ao avaliar a mãe para o parto, os médicos constataram que os batimentos de João Pedro tinham parado.

O único diagnóstico possível encontrado foi de trombofilia, que aumenta a coagulação do sangue e os riscos de trombose.

Se Cris quisesse engravidar de novo, teria que tomar as injeções anticoagulantes assim que confirmasse a gravidez, para garantir que o bebê nascesse saudável.

Guarda todas as seringas, desde o primeiro mês de gestação.

Heitor chegou no último dia 10, com 2,995 quilos e 49 centímetros de amor.

Cris maternidade trombofilia

Com o barrigão que guardava o pequeno, Cris posou para as lentes da fotógrafa Lidiane Angelin com as embalagens formando coração, asas. No ensaio de nascimento, repetiu a ideia.

Quer guardar as “picadinhas do amor” em uma caixa. E, quando Heitor puder entender, contar para ele essa história de fé.

Cris maternidade trombofilia

No pulso direito, Cris tem a tatuagem de uma mãe entregando seu bebê aos céus em forma de anjo. No pulso esquerdo, escreveu a palavra ‘fé’.

Diz que, quando decidiu que iria tentar engravidar de novo, o medo veio.

Antes da gravidez de João Pedro ela havia tido outros dois abortos espontâneos, logo nas primeiras semanas de gestação.

   Chegou a ouvir de pessoas conhecidas que deveria desistir, deixar a ideia de ser mãe de lado.

– Mas eu sempre sonhei em ter um filho!

Se apegou, então, à essa fé que quis registrar na pele.

E teve o apoio e a força do marido para prosseguir. Juntos, o casal decidiu que seriam, sim, pais.

Cris acredita que João Pedro cumpriu sua missão nessa terra e, por isso, virou anjo. E acreditou, mais que tudo, que outro bebê viria alegrar sua vida.

– O João Pedro é o nosso anjo. Vou sempre ser a mãe dele.

 Durante a gestação, pegou emprestado um aparelho de ouvir os batimentos do bebê com uma amiga e confortava sempre que o coração ficava aflito.

Quando sentiu o rostinho do filho recém saído da barriga encostar no seu, entendeu que tudo valeu a pena.

– Eu pedi um novo sentido para a minha vida e Deus me deu o Heitor.

 Agora, faz planos para o futuro.

– Quem sabe Heitor decide ser médico e cuidar de mães com problemas na gravidez?

O maior plano, porém, está além da Ciência.

– Em primeiro lugar, quero que ele seja feliz. Uma pessoa do bem.

Abraça o pequeno no colo.

Cris não quer distância. Com Heitor nos braços, é só amor.

 

Assine História do Dia ou faça uma doação de qualquer valor!

Nos ajude a continuar contando histórias!

 

Cris maternidade trombofilia

Fotos de Lidiane Angelin
Compartilhe esta história

1 Comentário

  1. Vylna

    Ser mãe vale todo e qualquer sacrifício. As picadas de amor valeram a pena.Parabéns ao casal. Linda história e lindas fotos!

Outras histórias