Trajetória de Leonardo Scarulis soma arte e publicidade

15 março 2021 | Destaque inspira, Gente que inspira

               

A primeira exposição de Leonardo teve desenhos colados nos azulejos da cozinha e curadoria de sua mãe. Na escola, as professoras de educação artística eram suas fãs. Levavam suas obras para a frente da sala, não economizavam elogios.

Nos traços que vão delineando o caminho de um artista, esses são fundamentais.

– Eu tive incentivo para continuar. Não se incentivava muito os filhos a desenhar, mas eu tinha uma caixa cheia de lápis de cor!

A professora Maria Helena levava livros de pintores famosos, difíceis de se conseguir.

– Além do desenho, você desenvolve um senso de observação muito grande. Percebe coisas que ninguém percebe e, com o tempo, vai adquirindo seu traço. A sua característica fica evidente em qualquer coisa que execute.

O encantamento pelas artes que começou assim, quando menino, segue seu grande companheiro. Leonardo Scarulis foi traçando sua trajetória com lápis, pinceis, tintas, cores. Por alguns tantos anos, somou também outro fazer, atuando na área de Publicidade e Propaganda. Uma história que ele conta em detalhes, como se pintasse uma tela delicada. 

– A arte que imita a vida? A vida que imita a arte? É muito difícil perceber em que ponto uma coisa é diferente da outra.

Aos 16 anos, Leonardo começou a estagiar em uma agência de publicidade, em Ribeirão Preto, cidade onde nasceu. Nessa época, início da década de 80, tudo era feito à mão.

– Era bico de pena, guache, nanquim. Conheci um desenhista que foi um espelho para mim!

Esse foi o primeiro de outros muitos trabalhos que vieram. Não parou mais. Ainda adolescente, atuava como desenhista nas agências.

– Eu decidi empregar tudo o que sabia de desenho na publicidade.

O pai, bancário, foi transferido para São Paulo e depois Campinas. Léo, sua mãe e a irmã o acompanharam. Ele já estava com 21 anos e um portfólio extenso debaixo do braço quando chegou em terras campineiras. Então, conquistou logo uma vaga.

– No segundo dia eu estava empregado em uma agência!

Um ano depois, surgiu uma oportunidade de trabalho na EPTV Campinas. Entrou em 1989 e ficou por 10 anos. Viu chegar a computação gráfica com todas as mudanças que a tecnologia trouxe.

– No pacote que já tem criatividade e observação você começa também a pensar as coisas em sequência. Já não são mais estáticas.

Relembra um vídeo que fez utilizando 150 desenhos e salienta que não vê a tecnologia como vilã. Abraça as transformações que ela traz.

– Abriu ainda mais o leque de trabalho.

Em 1999, voltou para Ribeirão e continuou trabalhando em agências. Abriu sua própria empresa, em parceria com uma amiga, em 2005. Em 2019, após 14 anos, fechou o negócio.

Agora, em meio à pandemia, vai encontrando formas de se reinventar.

– Junto a minha busca por mim mesmo vem uma calmaria que, para alguns, leva o nome de maturidade. Lógico que eu mudaria alguns pontos na minha trajetória, mas poucos. Sinto gratidão por cada coisa.

São muitos os trabalhos no portfólio de quase quatro décadas somando arte à publicidade. Telas, capas de livros, pinturas, cores diversas.

 – A criatividade não é uma coisa só!

O trabalho de criar, ele diz, se inicia bem antes do primeiro traço.

– A criação é um start que começa quando a gente dá início à conversa, pautado por aquilo que eu já vi, pelo meu arquivo.

Cinco anos atrás criou um projeto que ficou conhecido e querido por Ribeirão, por meio das redes sociais. Com o “Bicho na cidade” levou personagens como Piu-piu e Frajola para o Parque Curupira, Pica-pau para o Theatro Pedro II, Papa-léguas no Quarteirão Paulista.

Ser artista, ele acredita, é movimento.

– Você não pode definir a pessoa pelo trabalho direto dela. Aquilo passou por diversas fases, transformações.

O segredo de somar arte à publicidade? Para Léo é apagar traços enraizados.  

– Na publicidade você cria para ganhar prêmios ou para vender, agradar ao público. Quando você consegue transcender isso, dá um salto em todos os sentidos.

  Dá para definir a arte?

– Se eu tentar definir com um clichê pronto, não terá meu lado criativo. Tem gente que vê arte todos os dias, em tudo. Tem gente que precisa ver um filme, ler um livro para lembrar que a arte está em tudo. É nossa, de todos nós.

Ainda há muitos traços para somar na trajetória. Planeja lançar livros, trabalhar com crianças e outros muitos planos.

– A criação perfeita é a que consegue tocar todas as pessoas. Somos movidos pela emoção.

Vem daí a energia para seguir criando, tal qual o menino que expôs seus primeiros desenhos nos azulejos da mãe.

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6 Comentários

  1. Jefferson

    Parabéns, meu querido amigo e compadre, que seu caminho continue sempre sendo iluminado, abraços…????

  2. Celso

    Grande Leo, artista criativo e sempre antenado!! Parabéns pela bela reportagem ??????

    • Angela

      Leo! Trabalhamos juntos por um período pequeno de tempo, mas eramos um grupo divertido e tão introsado. Todos jovens e tão cheios de sonhos. Que legal poder acompanhar suas conquistas e ver onde chegou. Um grande abraço.

    • Toninho

      Parabéns primo, como dito, sempre foi um artista….nasceu artista! Muito criativo! Abraços

  3. Cidinha

    É uma bela história! Parabéns! Sucesso!

  4. Renata Ferreira Placciti

    Parabéns Leonardo Scarulis, muitas bençãos e sucesso sempre ????

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