Vale a pena ler de novo! História publicada pela primeira vez em 14 de junho de 2017!
Isa é formada em Direito. A realização profissional, porém, vem de pequenos doces enfeitados com confeitos coloridos e que parecem feitos para olhar.
Só até a primeira mordida.
Nos livros que falam sobre as leis, ela encontra um caminho para a carreira jurídica.
É na cozinha, porém, entre uma queimadura e outra, uma gostosura e outra, que ela encontra o caminho que o coração quer seguir.
– São coisas totalmente opostas. A advocacia é resolver problemas, coisas ruins. Os doces são coloridos, trazem alegria. As pessoas que compram doces contam histórias de alegria.
Fazendo cupcakes, pizzas de brownie, finger foods – ou ‘doces que cabem nas mãos’ – Isa encontra o clichê que tanta gente busca: ‘fazer o que ama’.
A cozinha chegou para Isa Lepera pelo idioma. Sua mãe é professora de inglês e, em contato com a cultura norte-americana, surgiu o encantamento pelos doces que se come por lá.
Isa conta que antes de cozinhar o seu próprio cupcake, cinco anos atrás, nunca havia comido um. Ouviu falar, viu fotos e os olhos se encantaram primeiro do que a boca.
– Sempre gostei de coisa colorida, glitter. Vi o cupcake e quis fazer!
A mãe comprou os ingredientes e a receita do bolinho veio do caderno da avó.
Isa está certa de que esse é o diferencial das suas delícias.
– É receita de vó, caseira, sabe? Desde a primeira vez, deu certo.
E, então, não precisou mudar: usa a mesma receita desde o primeiro experimento.
As vendas começaram tímidas, com as amigas da faculdade que pediam.
Uma indicava à outra e não demorou para que as encomendas começassem a surgir.
Em 2015, Isa começou, de fato, a encarar a paixão como trabalho.
Criou a empresa Cupcakes By Isa e diz, toda orgulhosa, que foi a primeira a fazer pizza de brownie em Ribeirão Preto.
– Vi pela internet que estavam fazendo em Curitiba. Ninguém fazia em Ribeirão!
Hoje, vende em média 150 cupcakes e 60 pizzas ao mês.
Em mês comemorativo, Páscoa, Natal, Dia dos Namorados, as vendas crescem.
Como faz tudo sozinha, é nessas datas que vem as dores nas costas, a tendinite, as marcas de queimadura.
– Mas compensa!
Isa está prestando concurso na área de Direito. Confessa, porém, que o faz a contragosto, preocupada em seguir conselhos de família.
A vontade mesmo é de ter uma lojinha de pequenos doces colada ao quintal de casa, para que a receita que começou toda essa paixão nunca seja mudada.
– A ideia é continuar como algo caseiro e não produção em massa. Tem que ter gosto de casa de vó! Não vou ficar rica. Mas quero me sustentar com os doces.
Enquanto o sonho vai sendo construído venda a venda, ela briga para dividir o coração que está quase todo tomado.
– Eu advoguei, trabalhei com Direito. Mas o que eu gosto mesmo é dos doces!
Fazendo doces, Isa tem alegria.
Vendendo doces, ela compartilha a alegria que coloca em cada ingrediente.
– É muito gostoso ver que aquela farinha e aquele ovo viraram uma coisa tão bonita, cheirosa e gostosa!
E ela enjoa de comer tanto doce? É a pergunta que mais escuta e para qual tem resposta na ponta da língua.
– Não enjoo! De nada! E acho que é bom sinal!
A Isa é doce por inteiro.
Crédito das fotos: Mastrangelo Reino
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